terça-feira, 26 de outubro de 2010

No meu olhar, no seu olhar, no nosso olhar..


Carrego no meu olhar, o olhar de todas as mulheres:
Das fulanas,
Das sicranas,
Das beltranas,
Não importa se é Joaquina ou se é Ana.
Todas com suas nuances, seu jeito de fazer e acontecer.

Carrego no meu olhar, o olhar da força feminina que me inspira a lutar,
A vencer a luta diária do cotidiano do meu diário...
Dos dragões,
Dos leões,
Do bicho de sete cabeças.

Carrego no meu olhar, a beleza da mulher, de todas as mulheres:
Das ciganas,
Das rainhas,
Das princesas,
Das bruxas,
Das profetizas,
Em especial, daquelas que fazem do trabalho sua roupa, seu respirar,
Mulheres idôneas que existem...
Que quase ninguém se importa,
Que quase ninguém as olham,
Que quase ninguém se lembra.

Aquelas, logo ali, que estão à beira do lixão,
Aquelas, logo ali, que estão limpando o chão,
Aquelas, logo ali, que estão com a enxada na mão,
Isso é dignidade misturada com ousadia, misturada com coragem.

Mulheres? Todas únicas e especiais, não existe mulher genérica, foram criadas por DEUS para fazerem a diferença por Toda a Terra.



(((Camila Senna )))
25/10/2010
Grupo feminino "Fulanas de Tal", criado pela Poeta Ivone Landim.

E não quer parar...




Camila Senna
Pele branca feito neblina
Olhos negros que te alucinam
Sorriso lindo sem improviso
Coração latente vem plantar a semente
Caminho mal é seu corpo docemente
Pernas roliças que te convidam
Lábio rasgado, fruto sagrado
Corpo tatuado e todo um passado
Sonhos pintados, e seu destino traçado
Natureza forte, alma intensa
Linda melodia, sua voz a cantar
Magia e energia, é seu habitar
Habitando, não vai querer parar
Impetuosa de escancarar
Carinhosa de inspirar, ela vai te deslumbrar
Sangue quente, ela é atraente
Mulher florescente que vive ousadamente
Ela é persistente e não quer parar... 



((Camila senna))

Vicissitudes....


Hoje estou sensível como bolha de sabão...
tô mimada, querendo ser paparicada, querendo ser notada.
Hoje estou como as flores...
querendo ser regada de amor, desejando ser cheirada, admirada.
Hoje estou como a lágrima...
querendo ser enxugada, querendo ser atendida.
Hoje estou como o frio...
querendo ser aquecida, ansiando ser envolvida.
Hoje estou como a floresta...
querendo ter vida, gritando pra ser protegida.
Hoje estou como lagarta virando borboleta...
trancafiada no meu casulo, sem querer dar de cara com o importuno.
Hoje estou como as folhas secas...
voando sem destino, sem tino, sendo a direção arriscado ou não.
Hoje estou chorosa como o palhaço....
palhaço em final de picadeiro, quando todos vão dormir em seus travesseiros.
Hoje estou como o asfalto em Brasília...
pequena diante do Planalto e sua maestria.
Hoje estou como o barco em plena ventania...
querendo direção, querendo provisão.
Hoje estou como pássaro na gaiola...
implorando vento no rosto, querendo libertação.
Hoje estou como os enamorados apaixonados...
sedenta de amor e um pouco de ilusão.
Hoje estou como a paz...
querendo doses de agitação.
Hoje estou como o ciúme...
insípida, cortante feito faca em exageros de causar irritação.
Hoje estou como olhar de criança carente...
querendo atenção, querendo o simples, o novo.

Vez em quando fico assim...
Cheia de fases e controvérsias, como toda mulher especial.


(((Camila Senna)))

Rosa vermelha e seu licor...


Lágrimas escorrem pelas curvas do meu rosto.
Seguro na mão, a rosa vermelha que um dia eu fui.
E luto, luto todos os dias para continuar sendo...
Mesmo não suportando o cotidiano, pois sou mulher de Áries!
Eu busco, eu tento, persisto e invento.
Pois sou o licor degustado com ardor.

Anel dourado no dedo e cheio de experiência.
Não todas, mas o suficiente para saber...
Que amar dói...
Mas também constrói.
Que amar alimenta...
Mas também pode matar.
Matar os sonhos...
Mas pode também ressuscitar, e dar um novo verso ao papel,
Que um dia foi escrito com muito amor e mel.

Corpo que se entrega e vive de teimosa a se entregar.
Que não se cansa de lutar.
E de intensa que é, busca ser imensa do tamanho do mar.
Sem obscuros a rodear...
Liberta e livre como o rouxinol.
Andando por becos,
Pontes,
Marginais,
Temporais,
E com alegria, roseirais...

“Querendo vida sem ferida
Querendo vitória sem ironia
Querendo poesia sem agonia...”

Quero me alimentar com os grãos da minha vida vivida...
Com as areias das minhas ilhas...
Lutando sempre pelos meus anseios.
Podem não ser os mais indicados, mas são meus...
Então, não interrompam, muito obrigado!
Você é dos meus.



((( Camila Senna )))




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não importa...




Não importa se a “negra” é da igreja ou do candomblé...
O que importa é que ela é rainha, negra pura, mestiça, guerreira, trabalhadora, e de quebra ainda tem samba no pé.


((( Camila Senna )))